A humanidade durante sua existência se manifestou
culturalmente de diversas formas e talvez uma das mais apreciadas popularmente
seja a música, vem do grego e significa arte das musas, está presente em nossa
história desde o início da nossa capacidade de recriar, a música elevou o ser
humano como produtor da própria concepção, os ditirambos da antiguidade educou
aqueles que futuramente se tornariam os grandes compositores clássicos que são
referência daqueles que ouvimos nos nossos fones de ouvido, artigo presente em
toda esquina, de diversos modelos e tamanhos, a música é uma forma de expressão
que nos identifica, religiosa consegue impulsionar a mente até êxtases
desconhecidos, folclórica conta nossas raízes e documenta oralidades, popular a
música é como dedicação diária aos mantras pessoais, aqui estão algumas dicas
pra aproveitá-la da melhor forma possível, esteja onde estiver.
Esqueça gêneros
Já passamos por uma época em que música boa era somente a
erudita e o resto considerado desinteressante artisticamente, esses
preconceitos perduram e apenas modificam, existe um pensamento atual sobre MPB,
Jazz, Rock impondo a eles caráter “cult” altamente valiosa e desvaloriza outros
gêneros principalmente os que movimentam a indústria de forma mais agressiva
como o Sertanejo Universitário, o que eu chamo de “Pop funk Mellody” como
Anitta, Ludmilla e companhia, O pop internacional hoje se sustenta por turnês
megalomaníacas e o axé sobrevive graças ao carnaval e o apelo regional que cada
ritmo tem, tornando a música representação social assim como o Rap do gueto e o
Funk tamborzão, assumindo formação de grupos distintos que fazem questão de
extrair a cultura fonográfica para o vestuário, como os Punks, Rappers e agora
adeptos do Funk Ostentação da baixada Santista. Isso tudo mostra a importância
da música na construção pessoal e essa construção feita com preconceito nos
limita como consumidores de arte e apreciadores da mesma, os gêneros delimitam
regras e comportamentos desnecessários, conheço rockeiros que apreciam música
erudita como conheço violinistas que são apaixonados por Funk, é muito “anos
noventa” achar que um gênero musical vai influenciar tudo na sua vida,
esqueça-os e principalmente os preconceitos por trás deles, ouça música, apenas
música e sinta. Sabia que a Nelly Furtado e o Caetano já compuseram juntos?
Saiba do que se trata
Não quer dizer que você vai sair baixando todo álbum que
aparece na internet com uma crítica positiva ou comprar aquele CD da prateleira
dos mais vendidos, a música possui uma mensagem importante que deve ser
analisada com o máximo de carinho possível, conta uma história, carrega consigo
uma carga emocional, temos a tendência de ouvir músicas estrangeiras sem saber
o que a letra fala e muitas vezes cantamos canções da nossa própria língua sem
interpretar seu contexto, a música pode ser motivacional, política, conceitual,
enfim, saber do que se trata é nos posicionar como críticos pensadores, a rádio
proporciona entretenimento musical fácil assim como a televisão, a chegada de
outras mídias como a internet possibilita aprimorarmos nossas experiências
sendo na facilitação ao acesso de músicas raras ou na pesquisa da tradução das
letras e procura de novos artistas pra agregar a playlist. As músicas mais
tocadas na rádio são representações das tendências de consumo que se modificam
com os anos, o comportamento social também conta muito, a abertura de novos
ritmos introduz diversidade à rádio que se caracteriza distintamente em cada
região, ouvi-la nos permite acompanhar o que acontece mas não podemos nos
condicionar somente á ela, assim como a televisão ambos são propriedades do
povo e dele deve partir a vontade de mudar exigindo um conteúdo melhor, estamos
a mercê da vontade de grandes indústrias e isso é preocupante, saiba do que se
trata não só a música mas qualquer coisa que você consuma como arte. Aquela
música dos Raimundos que eu curtia na adolescência…Agora ouvindo me parece bem
machista o que você acha?
Conheça seus sentidos
O ouvido é uma parte
do corpo essencial para o equilíbrio estático, assim como o que é captado por
ele influencia nosso equilíbrio emocional, o uso da música como terapia
acompanha a evolução da nossa inteligência, mas a musicoterapia só teve a devida atenção em 1944 nos EUA, hoje
os estudos são mais amplos e de livre acesso, contudo o melhor estudo é a auto
observação, algumas músicas relaxam principalmente alguns instrumentos como
arpa e flauta, outros instrumentos afetam profundamente emoções como o piano e
a intensidade de uma guitarra, a batida de uma pick-up é afrodisíaca, festas
são definitivamente hipnotizantes, não há forma de generalizar os sentidos e
referenciá-los ás músicas dentre suas variedades, cada ritmo ou melodia tem
diferentes percepções para cada ouvido, depende principalmente das referências
musicais da infância e do amadurecimento referente as preferencias que vão
modificando ao longo da vida de todo mundo, uma hora começamos a enxergar a
música clássica com outros olhos, uma dica importante: Algumas sinfonias são
ótimas para inspirar a escrever ou criar seja o que for...
Esteja aberto a novas
experiências
Ouvir uma música
erudita pela primeira vez causa muito estranhamento pois estamos acostumados
com batuques acelerados do nosso samba, cada obra de arte possui uma
experiência única que acrescenta nossos valores e multiplica nossas vivências
culturais, o Brasil é rico em variedade rítmica e nossa música forte em identidade
nos caracteriza, ouvir coisas diferentes é divertido e educativo, ter
referencias é sempre bom em tudo, entender o processo que cada movimento surge
envolvendo melodia, ritmo, sintonizando recortes sonoros e encaixar no tempo,
chorar ao se emocionar com uma canção triste ou sorrir ao ouvir algo que
diverte, se abrir a novas experiências é conhecer um mundo de novas percepções,
e entrega, o carimbo do Pará por exemplo é um ritmo pouco difundido e que é um
fenômeno lá no norte, não tem como ser mais dançante e alegre, como eu amo a
Dona Onete.
Seja honesto com seus
ouvidos
Busque sempre o
equilíbrio e seja honesto consigo mesmo, não adianta tentar ser mais descolado
mudando radicalmente o gosto musical pra ser aceito em determinado grupo, seja
honesto com seus sentidos, é mais original ser fiel aquilo que gostamos e
defendermos nossas opções sem interferência externa, quando essa interferência
é negativa nos privando das nossas verdadeiras preferências como apreciadores
artísticos, usar só roupa preta e ouvir Heavy Metal pode ser legal durante um
tempo mas você vai querer ser reconhecido por suas qualidades uma hora ou
outra, sendo assim também não adianta ser calouro da faculdade e passar a
gostar de MPB de uma hora pra outra, seus verdadeiros sentidos e sua verdadeira
essência sempre será mais forte. Respeite isso.
Depois de todas estas
dicas termino com as últimas duas:
Primeiro Headfones de
qualidade, um colchão, um travesseiro e falta de luz serão sempre a melhor
forma de apreciar música e segundo nunca se esqueça de deixar o volume não
muito alto, você vai querer sua audição intacta no fim da vida porque ouvir
música é sublime e efêmero tal qual a poesia.
Gostei do artigo!
ResponderExcluirParabéns pelo escrito e obrigado por compartilhar.
Mt bom!
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