Resenha - A Garota Que Tinha Medo

Olá, galera!

Tô aqui de novo com mais uma resenha pra vocês, dessa vez de uma cortesia linda da parceira Chiado Editora. Venham comigo e mergulhem no universo de A Garota Que Tinha Medo, de Breno Melo!

A Garota que Tinha Medo
Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.

Título: A Garota Que Tinha Medo
Autor: Breno Melo
Editora: Chiado
Número de páginas: 280
Skoob
Classificação: 

Resenha:

O livro nos conta a história de Marina, uma jovem cheia de vida e sonhos, que de repente vê seus dias mudados por um grave transtorno: a síndrome do pânico. A partir daí, a nossa protagonista passa por diversas perdas e desafios, até aprender a conviver com a doença, e aceitar-se como é realmente. A história acompanha toda a difícil trajetória de descoberta pela qual Marina precisar passar, seu tratamento, sua rotina completamente mudada e todos os hábitos que ela deve deixar pra trás. Posso dizer que essa foi uma das coisas que mais gostei no livro: ele é completamente verdadeiro! Em Marina, podemos reconhecer qualquer garota que conhecemos, ou até nós mesmos, é fácil se identificar com a protagonista e torcer por ela. Sua vida é bastante comum, ela estuda, mora com seus pais e irmãos, tem aquela rebeldia típica da idade, dá sua mancadas e sonha em encontrar um cara pra chamar de seu. Tudo isso se transformar quando ela se vê como uma panicosa, e essa passagem se dá lenta e gradativamente, através de todas as fases que um doente enfrenta, como negação, depressão e, enfim, aceitação e adaptação. O livro acaba se tornando extremamente verídico, é muito lógico tudo que o autor escreve, todos os episódios com os quais nos deparamos no decorrer do enredo, e isso faz com que nos aproximemos ainda mais da leitura.

Outro ponto super positivo da obra é a percepção que temos do quanto o autor se esforçou para pesquisar sobre o transtorno abordado e nos dar as informações o mais próximas possíveis da realidade. Acredito que num título que envolva qualquer tipo de doença, é necessário por parte do escritor um esmerado trabalho de pesquisa, para que ele possa falar com firmeza e propriedade com todo tipo de leitor, inclusive com aqueles que conhecem de perto esses transtorno. Isso contribui ainda mais na veracidade da trama, mas influencia ainda mais em outro julgamento que, querendo ou não, todos nós acabamos fazendo: o quanto o autor se compromete com a situação por ele descrita e com o livro em si. Eu, particularmente, começo a olhar o título com outros olhos quando percebo o esforço e a capacidade do escritor em se comunicar com seu público.

Preciso destacar também a linguagem utilizada pelo autor. Ela é claramente uma facilitadora no quesito interpretação e compreensão por parte do leitor. Já ouvi muitos leitores comentando que o primeiro pensamento que vem a sua mente quando o assunto é um livro sobre doenças ou transtornos é a dificuldade em entender os termos técnicos que com certeza serão utilizados. Posso afirmar sem medo que nesse não existe possibilidade de esse problema ocorrer, já que não são usadas praticamente nenhuma daquelas palavras difíceis que tu só aprende numa faculdade de medicina. Talvez por conta da faixa etária da protagonista ou até mesmo para que o leitor entre literalmente nesse universo da síndrome, Breno se utiliza de termos completamente leigos, possibilitando a compreensão quase imediata de todos os sintomas, implicações, causas e efeitos do transtorno. Todas as informações sobre os panicosos são passadas aos poucos, o que define o completo acompanhamento do leitor dentro da evolução do quadro de Marina.

Achei o título muito interessante e completamente de acordo com o enredo, cheio de significado e implícitos que instigam a leitura. A diagramação da editora é simples, segue o mesmo padrão das outras publicações com as quais já tive contato, a fonte continua mediana e as páginas amareladas, o que contribui para uma leitura agradável. Não encontrei erros de revisão, o que me deixou muito contente.

Em suma, posso dizer que a leitura valeu muito a pena. Acredito que seja sempre agregador conhecer sobre algo que está presente e influencia tantas pessoas ao nosso redor, de forma permanente. O respeito vem com o conhecimento, e é por essa razão que os temas de interesse coletivo são tão importantes tanto na literatura quanto em qualquer outro meio de comunicação. Deixo aqui os meus parabéns ao autor, por fazer sua parte como cidadão e, acima de tudo, como pessoa. Tenho certeza que vocês também torcerão por Marina e desejarão saber o final de sua trajetória. Portanto, a leitura fica mais do que recomendada. Até a próxima postagem, gente! Beijos!
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Também li o livro faz pouco tempo e achei incrível a forma como ele descreveu tudo, como falou como se fosse ele mesmo que estivesse sentindo na pele tudo aquilo que Marina passou. Fiquei bastante envolvida e por fim com o sorriso nos lábios pelo fim que a história tomou. Foi uma leitura enriquecedora sem sombras de dúvidas.
    Beijos.

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita, seu comentário me deixa muito feliz e pode ter certeza, vou retribuir com muito carinho!