Muito se especula
sobre a autenticidade de vários artistas que atingem visibilidade,
com Lana del Rey não é diferente, viajando entre o indie e o pop,
entre a arte e reprodução elaborei um top 10 com os motivos que
atestam a originalidade da artista.
10 – A imagem
Vintage
Assim como qualquer
artista do ramo musical a imagem é algo que tem que ser levada em
consideração, você pode ser o mais natural possível na forma de
agir, falar e se vestir mas não caracteriza ausência da imagem
pessoal, o visual Vintage de Lana só faz parte do conceito criado
pela própria artista que não nega suas referências do rock
clássico. A proposta de remontar a era do ouro na imagem dela é
perfeita se encaixando nas músicas nostálgicas, nos vídeos
caseiros feitos pela própria cantora e nos figurinos das suas
produções fotográficas. Todos amam coisas inspiradas em Marylin
Monroe, principalmente os americanos.
9 – O desacerto
com a Industria
É uma relação
conturbada com as gravadoras, cantora feminina que mais vende pela
Polydor Records, Lana não gosta de dar entrevistas e já afirmou que
não é muito familiarizada com o palco, seu último álbum foi
refeito duas semanas antes do lançamento com uma pegada tão
underground que surpreendeu todo mundo, o single de lançamento “West
Coast” deixou os empresários enfurecidos pela falta de apelo
comercial tendo o refrão mais lento que o resto da canção, Lana
não se importou e enfrentou o apelo da Polydor e até da Universal
aqui no Brasil e colocou “Ultraviolence” no topo da lista dos
mais vendidos e melhores álbuns de 2014, surpreendendo mais ainda
“West Coast” Debuta na Bilboard em 17º lugar.
8 – A
desconstrução sonora
Não se trata só do
último álbum que obviamente desconstrói muito do que ela já havia
feito, “Born To Die” Vai de toques suaves de arpa e melodias
carregadas de violino clássico até batidas de hip hop. Todo o
conjunto é diferente de tudo que já foi feito, a junção do lírico
com o dreampop, vídeos caseiros editados artesanalmente apesar de
altos investimento em divulgação, a voz grave mezzo soprano nas
batidas fortes desconstrói o que se escuta na rádio mas acaba dando
certo.
7 – A
versatilidade do trabalho
É algo que pode ser
admirado em detalhes como melodias, letras e vídeos incríveis que
contam histórias atraentes, Lana ainda lança um curta-metragem além
de já ter gravado outro no início da carreira, o caminho para o
cinema se torna ainda mais estreito com o crescente número de
trilhas sonoras que vêm compondo. Todo ano se especula sobre uma
possível indicação ao óscar de melhor canção original. Suas
músicas parecem também ser perfeitas para remixagem tendo um
ganhado um Grammy.
6 – O
existencialismo Rebelde
Somos embalados pela
história da menina que na verdade se chama Elizabeth Grant, filha de
um milionário que abandona tudo pra morar em um trailer, revivemos
os anos noventa e o grito de representação musical feito por
Cobain, revivemos os hippies de woodstock com faixas e flores nos
cabelos. Adoramos reviver essas histórias de heróis poéticos que
usam música como arma, que não entendem e querem mudar o mundo,
conflitos de existência é tão comum quanto espinha e é
identificativo por todos.
5 – O Glamour
Imaginário
“O dinheiro é
o motivo, de existirmos, todo mundo sabe, é um fato beijo beijo”
Ela sabe do que está falando
pois o dinheiro está em sua vida desde a infância, hora
está em tronos de ouro em edifícios suntuosos de Paris dizendo que
as vezes o amor não é o bastante, depois está em uma praia da
costa Oeste se jogando na água falando de ídolos do cinema e depois
assumindo fumar erva hidropônica.
O
Glamour não existe ainda mais pra quem já morou em um trailer,
discutir o dinheiro nos EUA é como tentar discursar sobre razões de
vida, Lana prefere a poesia Beat.
4
– As letras Marcantes
“E tentando
fortemente não entrar em problemas mas tenho uma guerra em minha
mente” Ela já deixou bem
claro que antes de tudo é uma escritora, suas letras são poesias
marcantes pelo uso das palavras sad, heaven, paradise,
saigon,yayo… Não é
repetitivo, é uma assinatura, a introdução do vídeo de “Ride”
é um texto lindo assim como todos os monólogos do curta
“Tropico”,um retrato sentimental da cultura global e um apelo
poético a si mesma.
3
– O ambiente obscuro
“Eu
queria estar morta” virou um meme na internet e é apenas trecho de
uma música, “Dark Paradise” que assim como outras exaltam um tom
lúgubre da vida, a tristeza e melancolia são reflexos do Romantismo
que vivemos no séc. XIX, existem apreciadores de um eu lírico
deprimido perceptível em Lana e seus fãs. Poesias de Lord Byron
podem ser lidas tendo Lana como trilha sonora, assim como uma cena de
suicídio no cinema, e Xavier Dolan já vez isso em “Mommy”
2014.
2
– A Voz
Não
há muito o que falar quando é melhor ouvir, a voz de Lana intriga
sendo tão doce apesar de fumar tanto, me lembra a brasileira Maysa,
mesmo com os cigarros em mãos Lana está diante do público e do
microfone com os olhos entreabertos entoando hinos aos fãs.
1
– As músicas Antigas
Discos que somem do mercado
misteriosamente, estou falando do “a.k.a. Lizzie Grant”
lançado provavelmente em 2010 e
nunca mais visto traz Lana del Rey fazendo o que faz sempre,
emocionar as pessoas, músicas que falam de diamantes sendo vendidos
para passagens de ônibus serem compradas, músicas que falam da
família Grant de um jeito irônico. “Vovó diz que em
algum lugar lá fora há um homem bom”.
Músicas que trazem uma Lana crua sem produção de imagem, “Em
nome de uma consciência mais elevada Eu deixei o melhor homem que eu
conhecia ir” mas são as mesmas músicas que ela canta hoje, a
mesma voz, o mesmo ambiente, o mesmo tom, a mesma Lana, só mudaram
suas roupas mas suas músicas continuam as mesmas de antes da fama e
isso é mais que um atestado de toda sua originalidade.
Gente, você conseguiu me deixar morta de vontade de conhecer o trabalho dela Victor! Parabéns pelo post! Muito bem escrito!
ResponderExcluirBeijão e sucesso!
Imperfeitas e Lindas