Resenha - O véu

Olá pessoal!

Para um fim de semana, deixei uma resenha um pouco... Tensa! Vamos dizer assim, mas garanto que é tão mirabolante que fará você não desgrudar de nenhuma página.

Araci Quintanilha, é a proprietária da Casa Quintanilha de Leilões, no Rio de Janeiro, que vive dias de expectativa com a aproximação do leilão onde uma misteriosa tela a óleo, chamada ‘O Véu’, será posta à venda. O quadro que foi condenado por várias lideranças muçulmanas em todo o mundo por retratar uma mulher seminua usando o véu islâmico, tem uma trajetória marcada pelo sucesso, pela polêmica, pela intriga e pela tragédia. Diversas pessoas morreram por sua causa - inclusive o próprio pintor, Lourenço Monte Mor, vitimado por um incêndio em sua casa, jamais esclarecido. Obscuros segredos do passado ligam o quadro ao assassinato, em 2005 na Arábia Saudita, de Abu al-Horiah, o líder da Azadi, uma organização extremista iraniana responsável por inúmeros atentados terroristas nas décadas de 1980 e 1990. Tudo levava a crer que a morte de Abu al-Horiah e de seu filho Arsalan, tido como seu sucessor, sepultara de vez a Azadi, mas, tempos mais tarde, começaram a circular rumores de que a organização estaria se rearticulando sob o comando de uma nova líder, conhecida como Umm al-Hakika. Os rumores sobre a ressurreição da Azadi coincidem com a chegada ao Brasil de Mohsen Khajepour, um conceituado intelectual iraniano radicado na Suíça, que acaba assassinado em circunstâncias misteriosas, às vésperas das eleições presidenciais iranianas de 2009. Durante anos acreditou-se que ‘O Véu’ tivesse sido destruído no incêndio que matou Lourenço Monte Mor, mas ele estivera, todo esse tempo, escondido no apartamento de Araci Quintanilha. Quando o seu leilão é anunciado e a opinião pública toma conhecimento de que a polêmica obra sobrevivera, Araci, subitamente, se vê arrastada para um redemoinho vertiginoso de acontecimentos perturbadores onde sua própria segurança é colocada em risco. Ameaçada por terroristas, ela é obrigada a fugir, sem perceber que uma conspiração de proporções gigantescas está em curso. E que o misterioso quadro, que guardara consigo durante anos, esconde um terrível e fantástico segredo, que poderá mudar tragicamente a geopolítica do mundo. Nesse thriller eletrizante e envolvente em que os bastidores do rico mercado de arte se mesclam às entranhas sórdidas da turbulenta política do Irã, os destinos de três mulheres se cruzam na busca pela verdade e pela liberdade.

• Titulo: O véu
• Autor(a): Luiz Eduardo Matta
• Editora: Primavera Editorial
• Número de páginas: 560
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Resenha:

A tarefa mais difícil nesta resenha será não falar muito destas quase seiscentas páginas... Assustaram com a sinopse? Pois é, deixa instigado certo? Vocês é que ainda não "viram" nada desta obra prima do Luiz.

 Me "acompanhem e passeiem" nesta maravilhosa obra.

Primeiramente, o nome do livro e capa O véu, realmente fala de um véu, mas não o físico - ou talvez sim - estamos falando de um quadro pintado por Lourenço Monte Mor. 

"Ela não sabia que aquele quadro guardava um grande e terrível segredo, nem podia prever os perigos que o cercavam. Estava tudo muito além de sua imaginação." Pág 27.

Imagine um quadro de uma muçulmana com a imagem mais mirabolante que existiu, uma verdadeira obra prima, imaginem um dos melhores pintores do século. Conseguiram? Agora digo que não adianta nada porque pelo que podemos reparar durante toda leitura, nada chega aos pés da pintura, principalmente que este quadro chamado, O véu, existe uma maldição.

Este quadro deu o que "falar" pelo mundo afora, principalmente quando foi mostrado na Europa e os fanáticos religiosos islâmicos descobriram esta pintura considerada uma grande ofensa à religião. Desde então, começaram as mortes, a primeira delas foi de Lourenço, incendiado em sua casa na praia e todos acharam que o quadro havia sido queimado, mas estavam enganados.

"A sina do quadro maldito, que destrói de forma trágica quem dele se aproxima. Araci sempre acreditava intimamente nisso  e agora assistia, horrorizada, à materialização de seu pior pesadelo. Era como se a maldição tivesse entrado em ação nos primeiros minutos da madrugada do dia em que O véu iria a leilão. Desde então, ela estava ceifando sua vítimas impiedosamente e não daria trégua enquanto todos os infiéis não estivessem liquidados." Pág 144.

Após a morte de Lourenço que parecia ter sido um atentado terrorista por causa de seu quadro, tempo mais tarde, Aníbal, pai de Lourenço, resolveu leiloar o quadro na Casa Quintanilha onde Araci, tia de Lourenço e primeira a ver o quadro do sobrinho, é proprietária e também responsável por leiloar.

Logo após saberem que o quadro na verdade, não havia sido destruído, coisas estranhas voltaram a acontecer, a Casa Quintanilha teve duas explosões no telhado e durante a trama, sangues serão derramados.

O mundo todo pensa que uma organização extremista iraniana, Azadi, tinha se reestruturado e voltado à ação, inclusive sobre O véu.

Eu não sei mesmo descrever a sensação durante a leitura, no início conhecemos personagens, ao meio ficamos em dúvida quem é o verdadeiro culpado e ao fim, chocados!

Luiz criou uma obra prima, repito. Alguns trechos eram longos, mas penso que o autor usou para "torturar" a mente do leitor, não deixar com que descubra o plano que ele havia arquitetado para toda a trama. O desfecho é surpreendente e política, amor, cultura e religião, não combinam.

O véu nos apresentou diversos personagens, diversas passagens pelo mundo e acontecimentos históricos, além de rico em detalhes e na total escrita, também é rico em informações gerais.

Eu fiquei em dúvida de início ao fim quem era o culpado e ao desfecho, ainda fiquei curiosa e confusa com o verdadeiro malvado da história... Não há como mesmo descobrir o final do livro, a ideia bem bolada do autor e muito menos os acontecimentos. 

A editora caprichou! Se teve algum erro eu não percebi. A capa ficou perfeita e o autor é sim, um dos melhores nacionais, espero ler mais livros dele.

Beijos e até mais!